quarta-feira, 14 de abril de 2010

Que piadão!

Quociente apaixonou-se
Um dia
Doidamente
Por uma Incógnita.

Olhou-a com seu olhar inumerável
E viu-a, do Ápice à Base...
Uma Figura Ímpar;
Olhos rombóides, boca trapezóide,
Corpo ortogonal, seios esferóides.

Fez da sua
Uma vida
Paralela à dela.
Até que se encontraram
No Infinito.

'Quem és tu?' indagou ele
Com ânsia radical.
'Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode chamar-me Hipotenusa.'
E de falarem descobriram que eram
O que, em aritmética, corresponde
A almas irmãs
Primos-entre-si.

E assim se amaram
Ao quadrado da velocidade da luz.
Numa sexta potenciação
Traçando
Ao sabor do momento
E da paixão
Rectas, curvas, círculos e linhas sinusoidais.
Escandalizaram os ortodoxos
E os exegetas do Universo Finito.

Romperam convenções newtonianas
e pitagóricas.

E, enfim, resolveram casar-se.
Constituir um lar.
Mais que um lar.
Uma Perpendicular.
Convidaram para padrinhos
O Poliedro e a Bissectriz.
E fizeram planos, equações e
diagramas para o futuro
Sonhando com uma felicidade
Integral
E diferencial.
E casaram-se e tiveram
uma secante e três cones
Muito engraçadinhos.

E foram felizes...

Até àquele dia

Em que tudo, afinal,


se torna monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum...
Frequentador de Círculos Concêntricos.
Viciosos.
Ofereceu, a ela,
Uma Grandeza Absoluta,
E reduziu-a a um Denominador Comum.

Ele, Quociente, percebeu

Que com ela não formava mais Um Todo.

Uma Unidade.


Era o Triângulo,

chamado amoroso.

E desse problema ela era a fracção

Mais ordinária.

Mas foi então, que Einstein descobriu a Relatividade.

E tudo que era espúrio passou a ser Moralidade

Como aliás, em qualquer Sociedade.

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