quinta-feira, 4 de novembro de 2010

The social network - A rede social

Acho que de todas as críticas que li até ao momento sobre este filme, as palavras de Jorge Pinto do Cinema 2000, representam exactamente aquilo que eu penso sobre o filme, por isso mesmo aqui deixo o que ele escreveu:

Uma tragédia clássica na era digital: David Fincher volta a realizar um filme soberbo. Conta com o poder da palavra de um dos mestres da escrita moderna, Aaron Sorkin, que impõe uma dinâmica superlativa na comunicação do argumento e em diálogos que desafiam o espectador. É a história do mito por detrás de uma ideia revolucionária do ponto de vista comportamental e social, um fascinante relato da ambição e valor de Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg), o génio que chamou até si a criação do Facebook. Muito mais do que uma descrição tecnológica, o filme representa um profundo drama ao ritmo de um thriller energético. Possui uma forte componente humana nas várias conexões e, sobretudo, desconexões entre amigos, rivais e amantes, com um golpe de ironia: o indivíduo que criou e enriqueceu com o estreitamento de laços de amizade de meio mundo acabou apenas com a solidão do seu lado.

O enredo centra os acontecimentos entre o difícil parto do Facebook, o brilhantismo, a frieza e o super ego de Zuckerberg e a estreita amizade com o seu melhor amigo, Eduardo Saverin (Andrew Garfield) e intercala estes aspectos com um drama de tribunal no confronto das figuras embrionárias da rede social. Esta opção narrativa traz um ritmo essencial e define perante a audiência as balizas de Zuckerberg. Para além do intimismo dramático, que está subtilmente escondido, o filme tem momentos descontraídos ligados à bizarria existencial do seu protagonista. As interpretações são irrepreensíveis a toda à linha, o que não é de estranhar pelo talento dos artistas envolvidos e o perfeccionismo obsessivo de Fincher ante os seus actores. Visualmente, o registo é sóbrio, com as atmosferas confinadas que se vão expandindo à medida da fama e do sucesso. Ainda temos direito a um “pequeno” mimo na filmagem de uma regata onde não são apenas os atletas que esticam o corpo; é qualquer coisa de extraordinário. Não é decerto a obra mais ousada do realizador, mas é mais um importante marco na sua carreira: um retrato perfeito do ponto de vista sociológico de uma geração onde os ditos nerds tornam-se os senhores do amanhã com o mesmo ímpeto daqueles que criaram as dinastias do passado.


Não sei a história se passou exactamente como foi contada no filme mas se assim for Zuckerberg pode ser um grande geniozinho da informática mas não é de certeza boa pessoa.

Se assim for, a ideia do facebook não é dele mas sim roubou-a (não interessa se utilizou os códigos dos outros ou não) e trair o melhor amigo como fez não é de todo uma demonstração de bom carácter. Isto, se não quisermos recuar mais um bocado e falar sobre Erica Albright.

Já pensei em sinal de protesto deixar de utilizar o facebook, vamos lá ver...

Nota: 19/20

6 comentários:

  1. foste ver isto e não me convidaste? não falo mais contigo!

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  2. Maria, fui ver ontem a ante-estreia e como sei que andas em testes achei que não tinhas tempo...

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  3. :( (de toda a forma ainda bem que não me convidaste porque ontem eram nove horas já tava na cama de tão cansada que ando)

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  4. tb por segundos apeteceu-me apagar o facebook, mas infelizmente já faz parte da rotina ir la umas quantas vezes ao dia (e ate faz jeito pra ver logo as varias noticias na hora >_>)
    mt fixe o filme e essa critica ta boa sim senhora.

    and thanku :*

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  5. Tinha muita curiosidade e fui logo ver o filme. Concordo com a crítica e também acho que todos nós saimos do cinema a pensar apagar o facebook. O problema é que ninguém tem coragem e fica tudo igual.

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  6. Eu gostei imenso deste filme. Afinal a rede começou como eu não estava nada à espera!

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